Já alguma vez conseguiu explorar uma nova cidade com facilidade? Se sim, pode agradecer a um oficial em ordenamento do território.
Os urbanistas, também conhecidos como planificadores regionais, colaboram tanto com oficiais do governo local como com moradores locais para determinar o que uma zona necessita e quais as melhorias a serem realizadas que ajudem a região, tanto no presente quanto no futuro.
Hoje em dia, mais de metade da população mundial vive em zonas urbanas. Adicionar espaço habitacional ou comercial a um bairro, renovar uma zona economicamente deprimida e planear um crescimento populacional futuro são necessidades das cidades atuais.
No entanto, planear estas mudanças todas é muito mais complexo do que se pensa. Os urbanistas precisam de prestar atenção a uma grande variedade de detalhes. Aqui estão cinco fatores-chave que todos os urbanistas devem considerar ao desenvolverem uma região:
1. Devem ter em conta o meio envolvente da zona
Adicionar um novo espaço na comunidade significa prestar atenção ao ambiente da região. Isto consiste em três categorias essenciais:
- Ambiente físico: inclui a localização da cidade ou município, bem como a história geológica da área. Uma cidade deserta terá necessidades diferentes das que uma cidade com diversos espaços verdes terá. O clima desempenha um papel importante no ambiente físico da região, tal como a sua proximidade a fontes de água e alimentação. Os urbanistas também devem ter em conta o uso atual do terreno. Os planificadores poderão ter que trabalhar com o departamento de SIG da cidade para obterem dados cartográficos do terreno de forma a compreenderem melhor a geografia da zona.
- Ambiente social: o tecido social existente num município ou cidade é uma componente fundamental na expansão ou revitalização de uma determinada área. Os planificadores devem prestar atenção aos recursos disponíveis para diferentes demografias na região, como os transportes públicos.
- Ambiente económico: os planificadores necessitam de saber quais os fatores económicos que podem ajudar ou dificultar o desenvolvimento de uma região. O número e tipos de empresas terão impacto na forma como uma área é disposta. Os níveis sócio-económicos da população, bem como os empregos ou tendências económicas na região, poderão ajudar os urbanistas a desenvolver uma área urbana. Por outras palavras, uma cidade com dificuldades em anos mais recentes terá diferentes necessidades das de uma área mais afluente.
2. Planificadores urbanos precisam considerar os residentes da cidade
O planeamento urbano costumava depender apenas de plantas desenhadas à mão para desenhar espaços. Atualmente, esta matéria tem em consideração outros fatores, como os objetivos de um determinado local. A razão para tal é simples: quando os espaços urbanos começaram a crescer no século XIX e inícios do século XX, os arquitetos e funcionários municipais ficaram tão preocupados com o desenho estético da cidade que muitas vezes não consideravam as pessoas que afetavam.
Mais tarde, no entanto, várias cidades optaram por construir vias rápidas em lugar de edifícios históricos ou bairros, que eram frequentemente demolidos, apesar dos protestos públicos. Este assunto continua em debate até aos dias de hoje, apesar dos esforços estatais e federais em preservar marcos históricos.
Atualmente, as cidades envolvem os seus residentes nos esforços de planeamento e revitalização num processo conhecido como planeamento participativo. Isto dá a projetistas e habitantes locais a oportunidade de expressarem as suas opiniões quanto ao plano da cidade, melhorando assim a consciência pública em torno dos planos atuais. Por exemplo, os habitantes de um bairro modesto e histórico poderão não querer uma loja de retalhos de grandes dimensões à frente de seus quintais, mas os que vivem em zonas rurais poderão exigir tal construção.
3. Os planos devem ser visionários
Ter os residentes locais em consideração é importante, pois são contribuintes que querem ter algo a dizer nas decisões que os afetam. No entanto, os urbanistas também necessitam de olhar para o futuro.
O responsável pelo planeamento urbano irá monitorizar as tendências populacionais de forma a determinar o espaço necessário para futuras construções. Se a população crescer e um construtor quiser construir edifícios de apartamentos no centro da cidade, poderá precisar de construir arranha-céus em vez de edifícios mais pequenos de dois andares, se quiserem acomodar o crescimento futuro. Da mesma forma, um aumento no turismo exigiria hotéis e locais de eventos adicionais.
Em última análise, os planificadores procuram um resultado específico em vez de um prazo. Eles sabem que a população poderá aumentar, mas que poderá ser em 5 ou em 20 anos. De forma a prever estas oscilações, os urbanistas analisam dados para acompanhar estas mudanças, tais como novas construções ou demolições, numa área ao longo do tempo.
4. Zonas com necessidade de renovação precisam de uma consideração especial
Os urbanistas necessitam, principalmente, de ter em mente a história dos edifícios da área. Embora um edifício esteja degradado, poderá ser um local ou marco histórico. Residentes locais poderão querer a zona preservada em vez de se construir um novo centro comercial ou uma via rápida.
Muitos planificadores também têm em mente os benefícios fiscais disponíveis para diferentes regiões. Os impostos ajudam a financiar projetos sustentáveis ou ecológicos e providenciam melhores acessos a transportes públicos ou a habitações de baixo a moderados custos. Alguns incentivos também encorajam pequenos negócios a abrir em bairros ou regiões específicas.
Em caso de catástrofe natural, os profissionais em planeamento urbano podem desempenhar um papel nos esforços de recuperação e mitigação. Isto inclui reconstrução de estradas, atualização dos códigos de construção, e reforço da resiliência global de uma jurisdição.
5. Os urbanistas necessitam das ferramentas certas à sua disposição para fazerem o seu trabalho
Embora nem todos os planificadores frequentem uma escola de pós-graduação, muitos têm, pelo menos, um mestrado em planeamento.
Para além da escolaridade, os urbanistas devem saber como criar planos eficazes para atuais e futuros residentes. Muito disto se resume a obter os dados certos.
Planificadores e outros responsáveis frequentemente utilizam um certo número de soluções SIG que incluem imagens aéreas de alta resolução para planeamento e mapeamento. Imagens aéreas oblíquas de alta resolução permitem aos utilizadores ver, analisar e medir objetos vistos nas imagens. Os modelos tridimensionais utilizam as imagens mais atualizadas e podem ser entregues numa grande variedade de formatos de ficheiros 3D.
Estas ferramentas não são só ideais para quem se dedica ao planeamento e desenvolvimento urbanístico, como também podem ser utilizadas para planos de emergência, análise de terrenos, e estudos de engenharia de infraestruturas de subsuperfície.